Nesta semana, sintonizamos na frequência do rap, celebrando a sororidade e o empoderamento feminino! Júlia Costa bateu um papo pra lá de especial com a Abramus sobre sua trajetória na música, seu crescimento no rap e os aprendizados adquiridos ao longo do caminho. Ela também falou sobre sua marca de roupas, na qual participa ativamente de todo o processo de criação e produção.
Vem ler a entrevista completa!
1- Há anos o rap está presente na sua vida. Você começou a escrever aos 12 anos e na época também já frequentava as batalhas de rima de Mogi das Cruzes, sua cidade natal.
“Dia Cinza” e “Tão Gostoso” são alguns dos seus singles mais antigos, que em breve completarão 10 anos nas plataformas digitais.
Em 2023, você lançou o álbum “Brutas amam, choram e sentem raiva” e recentemente saiu o single “Você Parece com Vergonha”.
Analisando sua trajetória na música, conta pra gente como se deu seu processo de ascensão no rap e os aprendizados que ganhou durante a caminhada.
R: O meu processo de ascensão no rap se dá por persistência e talvez até teimosia em acreditar que esse é de fato meu caminho. Aprendi durante o trajeto a respeitar o meu processo criativo, a manter os pés no chão e ser positiva. Acredito que a música tem me feito amadurecer como ser humano também, querer passar algo que valha a pena e ser uma pessoa que de fato pode ser admirada, além de uma imagem vazia.
2- No single “Você Parece com Vergonha” você transmite uma mensagem clara, direta e com muita sororidade feminina. Comente a contribuição do single para o empoderamento feminino e o retorno que você está recebendo das mulheres que acompanham a sua carreira.
R: Você Parece com Vergonha é um single que veio após algumas amigas queridas voltarem de relacionamentos abusivos, acho que por ser uma música real, tocou verdadeiramente em mulheres que passaram por isso. Recebo relatos da importância da música na vida de diversas fãs e fico feliz que meu trabalho tenha importância na vida dessas mulheres, porque o meu intuito é impactar positivamente a vida das pessoas e dizer coisas que façam a diferença.
3- Você também é empreendedora e dona da marca de roupas AJC Shop. Assim como aconteceu com o rap, sua conexão com a moda também iniciou na época da adolescência. Aos 14 anos você já customizava suas roupas e até vendia peças na escola.
Como surgiu a ideia de empreender na área de moda e como funciona o processo de desenvolvimento e produção das peças?
R: Eu sempre curti muito moda e durante a adolescência comecei a acompanhar o que rolava de moda no Brasil. Comecei a notar que a moda era muito elitista e além de não me sentir representada não tinha condições financeiras de viver essa moda que tanto pregam, assim comecei a produzir minhas próprias roupas. Vindo de uma família de costureira, tive também o auxílio da minha cunhada, que tinha a mãe artesã, e tudo me levou ao caminho de criar roupas. Comecei a ir com as roupas que criava à escola, as meninas curtiam e comecei a fazer por encomenda. Na época eram roupas exclusivas, pois era garimpado e eu customizava. Hoje, produzo roupas do zero. Tudo parte da minha ideia e junto com o meu time, vamos atrás de fornecedores, desenvolvemos moldes, fazemos a piloto, controlamos a qualidade, mas tudo começa no meu ateliê.
4- Você está sempre presente e atenta à gestão de todos os seus projetos, seja na música ou na moda. No single “Poetisas no Topo 3”, que conta com a sua participação, essa temática é abordada na sua rima.
Qual a sua dica de ouro pra administrar tantas demandas profissionais e ter bons resultados?
R: Não se tornar refém da minha própria resistência é algo que tenho feito e tem dado certo, mas confesso que ainda estou no caminho.
5- Sua carreira foi marcada por shows de destaque no primeiro semestre de 2024. Você se apresentou na Virada Cultural, evento plural e de público numeroso. Como foi a experiência e como se sentiu ao subir no palco e cantar para o público?
R: Me senti pronta! Sempre quero entregar um pouco mais, quero honrar o publica que sai de casa pra me ver. Quero ocupar mais e mais espaços com excelência e dedicação.
6- E para o segundo semestre de 2024, quais são seus planos? Comente sobre seus projetos para os próximos meses.
R: Agora estou em um momento de me replanejar. Estou com um time novo somando comigo. Encaro como um novo começo.
7- A Abramus tem o privilégio de ter você como titular desde 2016. Compartilhe sua experiência de ter uma associação que defende os direitos autorais como parceira em sua jornada musical.
R: Fico feliz em ter uma associação que se comunica tão bem comigo e me auxilia na parte mais burocrática.