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O DVD realizado pelo Canal Brasil e Cafezinho Produções foi gravado em 2016 no Sesc Belenzinho e reuniu sucessos da carreira e inéditas do LP homônimo. Agora as canções estão disponíveis em todas as plataformas digitais. Do repertório do LP “Música e Maresia” destaque para “Girassóis Azuis” (com George Israel), “Eternamente no Coração”, “Amor, Perigoso Amor” e “Guarde Essa Canção” (todas com o parceiro Frejat) e ainda “Púrpura”, um rock composto junto com o guitarrista Luiz Carlini, que faz uma participação especial em sua música e em “O Poeta Está Vivo” (balada escrita com Frejat em homenagem a Cazuza). Do repertório dos anos 80, Dulce nos reapresenta, entre outras, “Caleidoscópio”, “Natureza Humana”, “Não Atirem no Pianista” e em uma das passagens mais tocantes do DVD “A Inocência do Prazer” (música de Cazuza e George Israel, escrita para ela). Ainda destacam-se “Bordados de Psicodélia” (bela parceria com Moska gravada no CD “Beleza Roubada”) e “Tempo Circular” (música inédita, parceria com Paulo Monarco).
O LP Música e Maresia (Cafezinho Edições/Discosaoleo) cujo show de lançamento inspirou o DVD foi gravado, originalmente, entre 1991 e 1994. O disco preenche uma lacuna na carreira da artista, fase marcada por intenso trabalho como compositora para o Barão Vermelho, Frejat, Ana Carolina, Cidade Negra, Leila Pinheiro, Simone e outros artistas. As gravações são inéditas, mas algumas canções do disco acabaram sendo gravadas por outros intérpretes. “Eu sempre tive o desejo de lançar um disco com essas
gravações. Esperava pelo momento certo. Mas foi preciso um empurrão de amigos e colaboradores para acontecer. A gente não faz nada sozinho. Acho também que estou conseguindo devido ao momento da indústria: a volta do vinil e a possibilidade de um artista independente lançar seu próprio selo e distribuir diretamente por meio de uma plataforma digital sem o intermédio de uma gravadora”, conta Dulce.
O DVD Música e Maresia faz uma bela síntese do LP, do show de seu lançamento e do repertório de carreira. Somado ao repertório de inéditas da artista e sustentado pelo show com a excelente direção musical do guitarrista Aquiles Faneco, o DVD traz um olhar maduro de uma artista para sua própria obra, muito bem traduzida pela sofisticação dos músicos que compõem a banda.
Músicas do DVD
“Antes de Acordar” (R. Frejat e D. Quental), “Tempo Circular” (Paulo Monarcoe D.
Quental), “A Inocência do Prazer” (Cazuza e George Israel), “Eternamente no Coração” (R. Frejat e D.
Quental), “Não Atirem no Pianista” (D. Quental), “Amor, Perigoso Amor” (R. Frejat e D. Quental), “Numa
Praia do Brasil” (de Arrigo Barnabé), “Girassóis Azuis” (G. Israel e D. Quental), “Qualquer Lugar do
Mundo” (de Beto Fae e Aldo Meolla), “Bordados de Psicodélia” (D. Quental e Moska), “Guarde Essa
Canção” (R. Frejat e D, Quental), “Caleidoscópio” (Herbert Viana), “Natureza Humana” (Bettis e Porcaro/
Versão Jorge e Waly Salomão), “Púrpura” (L. Carlini e D. Quental) e “O Poeta Está Vivo” ( R. Frejat
e D. Quental)
Dulce Quental
Dulce Quental é uma das vozes de maior personalidade da música pop brasileira. Surgida na efervescência
dos anos 80, começou com a banda de garotas Sempre Livre, revelou um talento especial em
mesclar sofisticação e atitude rock, além de ocupar lugar entre os melhores letristas da explosão do
rock brasileiro. Em 1985, reuniu Cazuza, João Donato, Branco Melo e os irmãos Jorge e Waly Salomão,
entre outros, no conceito sonoro de Délica, seu primeiro disco solo, que foi marcado pelo sucesso “Natureza
Humana” (versão dos irmãos Salomão para o hit de Michael Jackson) e pela elegante “Bossa do
Bayard” (com o requinte de Donato ao piano). Em 1987, o segundo disco, Voz Azul, veio pautado entre
o rock e o blues, misturando Celso Fonseca, Ciro Pessoa e Herbert Viana. Novamente a cantora mostra
seu pop refinado em canções como “Caleidoscópio”, um de seus maiores sucessos, e sua pegada
jazzística em “Não Atirem no Pianista”. No terceiro disco, Dulce Quental, de 1988, gravou Arnaldo Antunes,
Itamar Assunção, Arrigo Barnabé e Cazuza. Após um longo intervalo, decidiu traçar uma carreira
independente: em CD, ela lançou a primeira coletânea, em 2001, Dulce Quental – Série Para Sempre, e
gravou Beleza Roubada, em 2004, um belo trabalho composto por parcerias com Moska, Zélia Duncan
e Frejat. O quinto disco de carreira, Música e Maresia, saiu em LP, em 2016, com gravações feitas nos
anos 90.