Em 2 de agosto de 1962, Tom Jobim, João Gilberto, Vinicius de Moraes, o baterista Milton Banana e o contrabaixista Otávio Bailly deslumbravam o Rio de Janeiro interpretando em um clube a canção que faria sombra a todas as demais desse gênero musical. A simples, mas elegante, melodia de “Garota de Ipanema” passou por cima de outras mais elaboradas, como a genial “Chega de Saudade”, também do prolífico Tom Jobim.
A letra, escrita por Vinicius por encomenda de seu amigo Tom para acompanhar uma melodia que fizera pouco tempo antes, nasceu com o nome de “Menina que Passa”, mas foi rebatizada, dando lugar ao título conhecido por todos. No início dos anos 1960, quando Vinicius e Jobim dedicavam horas ao uísque no Bar Veloso, em Ipanema, os dois gênios da música brasileira espiavam o “doce balanço” dos quadris de uma linda jovem que passava em direção à praia.
Três meses depois da apresentação no Brasil, aconteceu a estreia na famosa sala de concertos Carnegie Hall, em Nova York, onde os mestres da bossa nova deixariam plantada uma semente que germinaria em forma de disco gravado com o saxofonista americano Stan Getz. O tema foi gravado em inglês por Astrud Gilberto e foi estendido pela célebre execução de Getz a pouco mais de cinco minutos.
Mais tarde, em 1965, Vinícius confessaria que sua musa foi uma adolescente chamada Helô Pinheiro, que se tornou atriz de telenovelas, organizadora de concursos de beleza e empresária.
Em 1967, Frank Sinatra ligou para Tom Jobim, que atendeu ao telefone no próprio Bar Veloso, e o convidou para gravar “Garota de Ipanema”. A voz de Sinatra fez com que a canção chegasse ao mundo inteiro. Ipanema, na zona sul do Rio, é hoje um lugar de visita obrigatória para os amantes do jazz, da bossa nova e da música em geral.
Fonte: iG