Sintonizando com Ashira

A maior associação de música e artes do brasil

ASSOCIE-SE

A maior associação de música e artes do brasil


ASSOCIE-SE PESQUISA DE OBRAS CADASTRO DE OBRAS ISRC
VOLTAR

Sintonizando com Ashira

Ashira é cantora, compositora e produtora musical, além de ser dona de uma voz potente e de um som versátil, que transita entre o Rap, R&B e House. 

Confira o bate-papo da artista com a Abramus analisando seus trabalhos já lançados e dando uma prévia das surpresas que seus fãs podem esperar para 2024!

1) Você é uma multiartista talentosíssima! Desde 2016, cravou seu espaço na música. De lá pra cá, quais dos seus trabalhos podem ser destacados como mais significativos e importantes na sua carreira? 

Com certeza “Te dar”, que abre meus trabalhos solos. É uma das obras mais especiais, pois foi com ela que consegui alcançar meu maior público e me apresentar como artista. “Te dar” é um R&B clássico e moderno ao mesmo tempo, produzido por OriJanus, que me levou a explorar sobre a leveza de estar apaixonada, sem a ânsia do futuro, mas com o prazer dos momentos de descoberta na atração pelo outro, que vai do físico ao intelecto. Foi também minha primeira experiência 360 de forma independente. Eu fiz a produção executiva de todo o processo, consegui dirigir meu primeiro vídeo clipe ao lado de Beatriz Shibuya, diretora de vídeo também independente, e realizar o primeiro evento de lançamento do single. Te dar me proporcionou uma experiência de muito aprendizado e persistência e isso me impulsionou para que outras obras nascessem.

Em “ROUFF” mergulhei no trabalho de produção musical, me juntando às Mcs Tasha e Tracie para compor uma obra de cinco faixas. Produzi todos os instrumentais do EP, realizei as direções e gravações de vozes e edições, foi um dos meus maiores desafios como artista, pois precisei criar para outras artistas também e enxergar o processo de áudio necessário para entregar a qualidade técnica que um EP exige, foi um grande teste profissional.

Cada faixa do EP foi feita em um estilo musical, pois queríamos mostrar a diversidade e possibilidade que o rap carrega. Não imaginávamos que as mensagens das letras e ritmos falariam tanto com o público do rap, abordamos questões sociais e situações, carregadas de críticas, referências históricas, vivências negras e periféricas. “ROUFF” foi uma imersão em nós mesmas, em como queríamos contar quem éramos e a identificação do público com o trabalho tornou tudo muito especial.

“Cuca” é uma das obras que gosto de destacar por ter conseguido unificar o significado da música ao visual, numa narrativa com vários ângulos. O som fala sobre reflexões internas, que às vezes escondemos por medo de parecermos maus, ao mesmo tempo que faz uma crítica aos mais privilegiados da sociedade e suas formas de olhar para quem está em recortes diferentes. Na música me autointitulo Cuca, uma personagem do folclore brasileiro com forma de jacaré e humana, que é vista como vilã por devorar crianças desobedientes. Quis trazer esse lugar de ser o caçador e não a caça da vez com algo que simboliza medo, e “Cuca” representa o intuito da música até no significado de sua palavra, que em Tupi quer dizer ‘’Engolir de uma vez só’’. O instrumental também acompanha todo o clima de tensão que a obra sugere, com timbres misteriosos e fortes na produção de Xuvisco na Batida. A partir dessa narrativa, pude pensar em visuais e figurinos que intensificassem a mensagem e mostrassem ao telespectador o mundo de Ashira como Cuca. Novamente contei com a ajuda da diretora de vídeo Beatriz Shibuya, que dirigiu o clipe e deu vida à todas as ideias dessa narrativa.

“De lá” é mais uma obra das minhas preferidas, é um soul bem sentimental, quase como uma oração. Falo sobre aspectos de vivências íntimas, mas que ocorrem a muitas pessoas que vêm da periferia. Sou filha de mãe solo e durante anos morei com minha mãe, às vezes com a minha avó, às vezes com tias, mulheres que vieram do Maranhão para São Paulo em busca de melhores oportunidades de vida, cheias de garra e potência, mas sem acessos e que me ensinaram sobre a persistência. Minha avó tinha uma casa no Alvarenga em que viveu, batalhou e abrigou seus filhos e netos. Me lembro de muitas noites subir a escada de madeira que acessava a laje dessa casa para ficar cantando sem me esconder, olhando pro céu e criando melodias e letras, era meu jeito de esquecer as paradas difíceis dos dias. Gravamos o vídeo clipe de ‘’De Lá’’ nessa casa de minha avó, entre a laje, que se tornou um lugar especial na minha memória, e nas ruas que cresci.

2) Fale um pouco sobre o projeto visual “Monólito”, que tem a proposta de apresentar visualmente as ideias que nutrem sua mente no momento do desenvolvimento das músicas.

Monólito foi um editorial realizado em colaboração com outros artistas, unimos fotografia, feita por Lua Damasceno, moda e direção de arte por Lucas Okuda, vídeo por Beatriz Shibuya, e trilha sonora feita por mim, em um só material com o objetivo de sintetizar formas ligadas ao meu trabalho musical e trazer as inspirações que carrego na hora de compor uma obra.

O Editorial é um contraste de dois mundos que se complementam: natureza e tecnologia. Dentro do som digital tudo é originado de frequências, assim como no som orgânico. Frequências são vibrações e estamos cercados por todo tipo, pois elas fazem parte da natureza. A ideia do editorial é atrelar as formas orgânicas às concretas, trazer a sensação da sonoridade para o mundo visual, por meio de paisagens e figurinos pensados a partir do som. Esse projeto me levou a compartilhar espaços mais íntimos sobre como me sinto artisticamente.

3) Você tem trabalhos importantes em parceria com outros artistas, como BK em “Quadros”, que a composição é de sua autoria e sua voz também marca presença na música. E o EP “ROUFF” de Tasha e Tracie, que você produziu e interpretou. 

Vem mais projetos em conjunto por aí? Quais outros artistas você admira e sente vontade de trabalhar?


Sim, tenho alguns projetos em conjunto já lançados com outres artistas, como Rodrigo Ogi e Dj EB, niLL, Laura Sette, Mc Ira, BADSISTA, Febem, Juyè, entre outres. Depois de diversas participações e colaborações, nesse momento estou voltada mais ao meu trabalho solo, mas deixei algumas outras colaborações encaminhadas.

Tenho trabalhado com artistas que fazem parte da minha vivência. Estarei no novo álbum de Malka Julieta e de Ingrid Martins, duas artistas que admiro muito e que tem me inspirado na música e na vida pessoal. 

4) Este ano, quais são seus planos na música?
 

Acontece o lançamento do meu primeiro álbum. Estou num momento de produção desse material, que tem me aberto novos horizontes musicais pra além do rap. Tenho trabalhado as mensagens que quero passar por meio de identidades visuais, que permitam o ouvinte adentrar mais em meu mundo. Também iniciei uma formação em Canto Popular e venho estudando áreas da música para evoluir meu processo de execução.

5) Para você, como é a experiência de ser titular Abramus? Comente como é ter o suporte de uma associação que luta pela defesa do direito autoral dos artistas.

Desde quando me afiliei à Abramus passei a estudar sobre direitos autorais e, pra mim, como produtora, compositora e intérprete, é algo de extrema importância saber cadastrar, consultar e gerenciar minhas obras e manter todo processo ajustado. O objetivo é garantir que eu e quem trabalha comigo sejam creditados de forma correta e recebam por isso.

Atualmente, o recolhimento das minhas obras é significativo pra mim e me ajuda a impulsionar outros trabalhos que estão em construção. Na Abramus consigo ter um acompanhamento bem próximo com profissionais que tiram dúvidas, acompanham o status das obras que cadastro e ensinam sobre os procedimentos na plataforma de registro, sempre me mantendo atualizada. Com certeza ter esse acolhimento me deixa mais segura com meu trabalho e os possíveis retornos que pode me gerar.

SIGA-NOS NAS
REDES SOCIAIS