Ele está se dedicando ao seu projeto solo com influências de R&B linkando ao universo da dança, mas continua integrando o Haikaiss. Grupo de rap que ele começou como DJ, mantendo viva a cultura turntable, scratch e back to back, até ganhar espaço nos vocais, apresentando ao público sua habilidade para cantar e rimar!
Pedro Qualy bateu um papo com a Abramus sobre sua carreira, hip hop e os projetos para 2024. Leia abaixo a entrevista na íntegra.
1- Você faz parte do universo hip hop há mais de 17 anos. Conta pra gente como você iniciou essa caminhada.
Na época do colégio montei o Excedentes, que era um grupo de rap que eu tinha com uns amigos. Tempos depois, conheci os moleques do Haikaiss. Quando rolou esse encontro com os meninos, eles sacaram que eu era dedicado, mas ainda meio ruinzinho de rima. Eu tava treinando e eles me deram a oportunidade de fazer parte do Haikaiss como DJ.
Na época eu tinha um toca-discos e a grana tava curta pra comprar o outro, mas mesmo assim eu já treinava a técnica de toca-discos. Eu venho dessa cultura turntable, scratch, back to back e por aí vai.
E aí, a amizade com os moleques foi se estreitando. Eu também comecei a rimar uma coisinha ou outra, até que chegou o momento que eles começaram a me colocar nas músicas. No primeiro álbum do Haikaiss a única música que eu participo chama “O Escolhido”. Eles dizem que foi porque eu fui o escolhido para entrar no grupo.
2- Depois que você se tornou integrante do Haikaiss como DJ, como foi o processo até você começar a cantar nos shows?
Eu comecei a fazer várias músicas e a participar delas na hora do show. E eu também era o DJ, então em determinadas músicas que eu cantava, acontecia essa troca. Eu assumia o microfone e depois voltava para a posição de DJ. Mas aí, teve um show que foi determinante pra isso mudar. Foi quando o local do DJ era na parte superior do palco e não ia rolar fazer essa mudança durante a apresentação. Decidimos então contratar um DJ para o show e eu assumi o microfone, fui o MC do show. Foi aí que eu entrei de cabeça pra cantar e é onde estou até hoje. Agora meu trabalho é compor e interpretar.
3- E de onde veio sua vontade de rimar, escrever e fazer rap?
Do skate, minha escola! Todo meu universo de rap veio por meio do skate, foi a porta de entrada. Eu assistia vários vídeos de skatistas andando, até que eu conheci o Steve Willis, skatista da DC e todo estilozão. Na época, a maioria da galera que andava de skate era do rock e do punk. Tinham poucos da cena rap. Em paralelo, eu conheci o som do Kamau, MC de SP que fez história no rap. Fui conhecendo o trampo dele e pirei. Cito também Contra Fluxo, Ogi, Elo da Corrente e vários outros. Foram grupos que eu conheci por conta do skate e fizeram eu me apaixonar e também querer entrar pra cena.
4- Até hoje esses artistas são referências e grandes inspirações pra você?
Essa galera continua sendo importante pra mim, inclusive virei amigo de todos! Mas meu estilo de música daquela época é muito diferente do meu trampo solo de hoje em dia. Antes eu era bem Wu-Tang Clan, fazia rimas com batidas sujas. Hoje eu gosto mais de cantar, de falar de amor, é outra fita! Mudei muito, mas todos eles continuam sendo inspirações pra eu cantar. Acrescento ainda o Projota, Rashid, Rael… gosto de todos!
5- Fale sobre seus projetos para 2024, o que vem por aí?
Tenho muita música pronta pra lançar. Neste ano, o Haikaiss decidiu que todos os integrantes vão se dedicar aos projetos solos, vamos dar uma atenção especial pra isso.
A galera que curte meu trampo solo pode ficar na expectativa que vai vir muita coisa nova por aí. Vai ter acústico, vários feats monstros, backing vocal daquele jeito… vamos cantar muito! Espero todo mundo nos shows.
6- Pra você, como é ser titular Abramus? Conte sua experiência de parceria conosco, que atuamos na defesa do direito autoral de forma ética e transparente.
Eu sou titular há mais de 10 anos na Abramus! Sempre tive o apoio e suporte da associação quando precisei. Os valores são repassados com muita transparência. A associação tem muito cuidado e atenção com a gente!