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Dia Internacional dos Povos Indígenas

Foto: Freepik.

Publicado em 09/08/2023

Resiliência, resistência, identidade cultural brasileira e o resgate das origens através da representatividade nos palcos.

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data significativa que reconhece e celebra a rica diversidade cultural, histórica e espiritual das comunidades indígenas ao redor do mundo. Instituído em 9 de agosto, esse dia busca destacar a importância de preservar as tradições, línguas, conhecimentos ancestrais e direitos desses povos únicos, que têm desempenhado um papel fundamental na formação das culturas e na conservação dos ecossistemas globais.

Desde os primórdios de sua existência, os povos indígenas têm usado a música como uma forma de comunicação, celebração, cura e conexão com a natureza e os seus ancestrais. Esta música tem transcendido as fronteiras culturais, ganhando reconhecimento global e influenciando diversos gêneros musicais contemporâneos.

No Brasil, a música indígena é uma expressão artística profundamente enraizada na história e na cultura do Brasil, representando não apenas um legado ancestral, mas também um elo vivo entre as tradições passadas e as identidades contemporâneas. 

Vamos do começo? 

A Importância da Música Indígena na Cultura Brasileira

A música indígena desempenha um papel vital na preservação das tradições culturais dos povos nativos do Brasil. Cada comunidade indígena possui suas próprias práticas musicais, rituais e cantos que refletem sua visão única em relação com a terra e a espiritualidade.

Essa música é transmitida oralmente de geração em geração, garantindo a continuidade da identidade cultural das comunidades indígenas. Ela não apenas mantém viva a herança dos ancestrais, mas também ajuda a fortalecer o sentimento de pertencimento e a resistência contra ameaças culturais e ambientais enfrentadas por muitas dessas comunidades.

A música indígena também é uma forma poderosa de contar histórias e transmitir conhecimentos. Muitas canções contam mitos, lendas e ensinamentos ancestrais que são essenciais para a compreensão da história e sabedoria dos povos indígenas.

Coral Guarani Tenonderã se filia a Abramus

Grupo étnico-musical nascido na Aldeia Sapukai – Bracuí, localizada no município de Angra dos Reis (RJ), o Coral Guarani Tenonderã é a mais perfeita tradução da conexão profunda dos indígenas com a música. Dedicado a apresentar cantos tradicionais dos Guarani Mbya, o Coral expressa com o seu canto a história do povo guarani e sua trajetória, transformando em música o conhecimento de seus antepassados. A palavra Tenonderã significa “o caminho, a missão que o povo guarani deve seguir”. 

Parte dessa riqueza ancestral vai estar disponível nas plataformas de música neste dia 9, em um EP produzido pelo selo Cine Doc (distribuição digital Nikita). Os integrantes do Coral Guarani Tenonderã foram filiados a Abramus, garantindo assim que todos recebam os direitos autorais e conexos.

Líder do Coral e autor de 5 dos 6 temas registrados no EP, Tupãnzinho conta mais sobre a relação de seu povo com a música:

“Cantamos principalmente para Nhanderú, o Deus supremo. Hoje temos várias músicas de conscientização, de luta, de preservação da natureza e preservação da cultura. Cantamos para os anciões, para os líderes espirituais, que nós respeitamos muito. Cantamos pela luta que fazemos pelas nossas aldeias, pela demarcação de terras e nossos direitos. O canto fortalece ainda mais os nossos líderes e através do canto, as crianças também se fortalecem. Nossa música é de conscientização, de preservação, pois a terra é muito importante para o Guarani”.

Brisa Flow e o Resgate da Identidade Indígena

Entre os artistas contemporâneos que honram suas raízes indígenas, Brisa Flow se destaca como uma voz poderosa na cena musical brasileira. 

Originária do povo indígena Pemon, da região da Gran Sabana, na Venezuela, a rapper e cantora utiliza sua música para trazer conscientização sobre questões sociais e ambientais que afetam as comunidades indígenas.

Seu trabalho como artista transcende fronteiras, combinando sua herança cultural com a realidade contemporânea. Em suas letras, ela aborda temas como preservação da natureza, respeito aos povos indígenas e suas lutas, e a importância da valorização da cultura nativa.

E principalmente pelo público que atinge, ela possibilita maior alcance aos jovens que irão lutar para manter essas mensagens e histórias originárias por muito mais tempo. 

Abramus: Apoiando a Música Indígena 

A Abramus é uma entidade que representa e defende os direitos autorais de artistas em diversas áreas, incluindo a música indígena. Através do apoio a artistas como Brisa Flow e agora com a filiação do Coral Guarani Tenonderã a Abramus desempenha um papel importante na promoção e valorização da diversidade cultural do Brasil.

Ao garantir que os artistas indígenas sejam reconhecidos e recompensados por seu trabalho, a Abramus contribui para a sustentabilidade e o florescimento da música indígena, assegurando que suas vozes ecoem no cenário musical do país e além das fronteiras.

Promover artistas que trazem mensagens importantes como essa, certamente conseguimos, através da arte, perpetuar consciência, reconhecimento histórico e ações efetivas, para que tenhamos um futuro repleto de histórias contadas da maneira correta e uma nova geração que cuida e apoia seu povo e cultura. 

Outros artistas indígenas que trazem histórias ancestrais e reflexões aos palcos: Katú Mirim e Arandu Arakuaa.

Em resumo, a música indígena é um tesouro cultural que enriquece a identidade do Brasil.

Ela é um lembrete da riqueza da diversidade humana, do poder da resiliência e da importância de preservar as tradições dos povos nativos.

Os artistas desempenham um papel essencial na valorização e disseminação da música indígena, abordando uma parte viva e vibrante da cultura brasileira. À medida que apreciamos e apoiamos a música indígena, estamos contribuindo para a preservação e fortalecimento de um legado que ecoará através das gerações, mantendo viva a herança cultural dos povos originários do Brasil.

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