Publicado em 22/06/2022
Agosto de 1982. Dois jovens amantes de música conversavam sobre a formação de uma banda. Um deles vinha de um desentendimento com o seu antigo grupo e buscava um novo caminho. O outro queria expressar sua arte o quanto antes e logo entraram em acordo. Estamos falando de Renato Russo e Marcelo Bonfá, fundadores da Legião Urbana.
O grupo se inspirou no termo em latim “Urbana Legio Omnia Vincit” (“Legião Urbana a tudo vence”) e na ideia de ter guitarristas e tecladistas se revezando nas apresentações em uma verdadeira experiência com uma legião de músicos para dar o nome que tanto cresceu na história do nosso rock.
Porém, a ideia de uma formação rotativa não foi adiante e logo a banda se formou com os músicos que acompanharam o seu maior estágio de sucesso. Além dos fundadores, Renato Rocha e Dado Villa-Lobos integraram o time e fizeram parte da revolução que estava por vir.
De personalidade ímpar e difícil, mas com um talento único, que compensava qualquer dificuldade de convivência, Renato Russo era um poço de ideias, alimentando por influências das mais variadas, indo de The Beatles à The Clash, passando ainda por The Smiths e The Cure. Por isso, suas composições foram tão transgressoras e atraíram uma juventude louca por romper com o passado.
Diferente do que se pode imaginar, a primeira apresentação oficial da banda não ocorreu em Brasília, mas sim no interior de Minas Gerais, na cidade de Patos de Minas, onde foi realizado o festival “Rock no Parque”, na histórica data de 5 de setembro de 1982.
Daí em diante, a trajetória de sucesso começou. O grupo ajudou a romper a bolha de Brasília, uma ilha cultural, que, apesar de riquíssima e inovadora, raramente alcançava os grandes centros do país. Com a ajuda de Herbert Vianna dos Paralamas do Sucesso, o som da Legião chegou até as gravadoras e, após a gravação de alguns demos e a assinatura de um contrato oficial, em outubro de 1984, começou a gravação de seu primeiro álbum de estúdio.
Legião Urbana (1985), Dois (1986), Que País é Este (1978/1987), As Quatro Estações (1989), V (1991), O Descobrimento do Brasil (1993) e A Tempestade (1996) foram os álbuns que nasceram e encantaram o país nos anos seguintes, cada um trazendo alguma nova faceta do grupo e de seu líder e atraindo sucesso de vendas e crítica.
Porém, assim como todos sabemos, a trajetória precisou ser interrompida com a perda de Renato Russo. O fim oficial da banda foi anunciado em 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte de Renato (e 21 dias após o lançamento de “Tempestade”).
Mesmo seguindo suas carreiras solo, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos nunca abandonaram de fato o sonho da banda e muitos anos após, em 27 de março de 2015 (quando se comemorava 30 anos do primeiro álbum) iniciaram uma nova turnê celebrativa “Legião Urbana XXX anos”.
Hoje, eles seguem levando a Legião Urbana adiante, realizando tributos aos anos áureos do grupo em sua formação completa. Os fãs certamente agradecem e não cansam de relembrar a revolução que os garotos de Brasília causaram no rock nacional.