Análise do papel das mulheres na música nacional ao longo da última década, destacando as conquistas e grandes desafios que ainda existem para alcançarmos a equidade entre gêneros.
Lançado no Dia Internacional das Mulheres, o inédito estudo do Ecad “O que o Brasil ouve – Edição Mulheres na Música” (veja completo aqui) analisa a participação feminina na música ao longo da última década.
Destacamos os pontos que nos chamaram a atenção e dão mais embasamento para esse importante mês de reflexão e luta por equidade.
Venha com a gente avaliar o longo caminho que ainda precisamos percorrer.
Um grande aumento…
Em 2011 tínhamos 27.653 mulheres na base de filiados do Ecad. Hoje são 385.940. É um crescimento expressivo de 1200%.
O maior crescimento foi na categoria de autoras/compositoras, que saltou de 23 mil em 2010 para mais de 365 mil em 2020 (+ 1474%).
O número de musicistas mulheres cresceu 275% na década.
A parte de produção fonográfica e edição também apresentaram bons avanços, com crescimento na participação de mulheres de 212% e 473% respectivamente.
68,5% dos valores distribuídos às mulheres em 2020 foram para artistas brasileiras.
… Porém, ainda insuficiente
Apenas 7.1% dos valores distribuídos em 2020 foram destinados às mulheres.
Nos últimos 5 anos a média de participação feminina no top 100 autores com maior rendimento foi de 4%, caindo de 7% em 2016, para só 2% em 2020.
Entre as 300 mil músicas mais tocadas nos últimos anos, apenas 14% têm mulheres entre os autores.
Os homens ainda representam 85,1% da base de titulares do Ecad. Mulheres representam 11% e os “sem gênero” são 4%.
Com Garra e União
Por um lado, precisamos celebrar as conquistas. Crescimentos de mais de 1000% não são de se jogar fora. Porém, não dá para esquecer o quanto ainda estamos longe dos 50% de representatividade, com inclusive algumas quedas para assimilar.
O fato é que a caminhada existe e o papel da mulher na sociedade é cada vez mais respeitado. Mesmo que exista uma grande discrepância, a consistência da luta e a união vão continuar mudando a visão cultural, derrubando preconceitos e abrindo novas portas para que mulheres alcancem seus objetivos.
Como estamos destacando neste mês (veja aqui), exemplos de garra é o que não falta. Enquanto houver espaço para o debate e a compreensão de que a equidade representa um ganho para todos, haverá esperança de chegarmos ao equilíbrio.