Publicado em 13/01/2021
Dotados de audição, os seres humanos têm os sons como importantes aliados desde sempre. Seja para sobreviver ao ouvir a aproximação de um potencial predador, até o desenvolvimento da comunicação verbal (por milênios a principal forma de perpetuar conhecimentos) e da música, traço marcante de todas as culturas do mundo.
Ao longo dos séculos criamos novas formas de usar o áudio dentro da nossa sociedade. Telefones e rádios permitiram que os sons e ideias alcançassem mais pessoas, revolucionando a comunicação e a indústria do entretenimento, que teve a consolidação de sua era de ouro com o advento da gravação dos sons, como nos populares LP’s (veja mais aqui).
Entretanto, nas últimas décadas o mundo parecia estar caminhando para um domínio total das telas, do audiovisual, com uma camada a mais de estímulos (as imagens) e uma grande variedade de aplicações sociais, culturais e comerciais.
Seria o fim da era do áudio? Não completamente. Assim como a TV não “matou” o rádio, já sabemos que novas tecnologias surgem para nos dar mais opções, mas não necessariamente eliminam a anterior. Mesmo com um domínio do audiovisual em nossas vidas, o áudio puro continua se transformando e encontrando formas de estar presente, inclusive reconquistando um pouco de espaço, coisa que fez muito bem nos últimos anos.
Começando um novo ciclo, após os grandes impactos de 2020, este ano chega cheio de expectativas e algumas apostas para uma era do áudio diferente nesta nova década que se inicia. Vamos ver algumas.
Rádio
Sim! O veterano continua firme e forte, passando por algumas mudanças que poderão ser cruciais para sua perpetuação. Mesmo com o crescimento e consolidação dos serviços de streaming, ouvir rádio ainda faz parte da rotina de mais de 70% dos brasileiros, em sua maioria (3 de cada 5 ouvintes) um hábito diário, que ocupa quase 5 horas do seu dia.
São números expressivos e com espaço para melhorar. Apenas 9% acessa o meio pela a internet, mas esse número pode mudar após esse novo olhar que a população em geral adquiriu durante o último ano para o consumo no ambiente digital.
Podcast
Não é de hoje que o podcast vem ganhando espaço, inclusive sendo tema recorrente por aqui (veja mais aqui e aqui). Em um ano onde ficamos isolados em casa, a mídia finalmente ganhou o grande público, acelerando ainda mais o processo de desenvolvimento rápido iniciado em 2018 com a entrada de grandes players como Google e Spotify.
Falando nele, o serviço de streaming anunciou mais uma aquisição (Megaphone, editora de podcast e companhia de publicidade, por US$ 235 milhões) que o deixará ainda mais forte para receber mais um desafiante, a toda poderosa Amazon. A empresa de Jeff Bezos acaba de comprar a Wondery e quer bater de frente com conteúdos próprios e exclusivos.
A briga será boa!
“Video Off”
Para provar que o áudio está reconquistando algum espaço, escuta essa. A Netflix, gigante do audiovisual, lançou uma atualização opcional para Android do recurso que desativa as imagens para os usuários que queiram consumir apenas o áudio de suas obras. A empresa, que também investe em podcasts próprios desde 2019, sabe que não pode subestimar o poder do som e sua versatilidade de consumo.
Smart speakers
A Alexa e outros assistentes pessoais presentes nos smart speakers chegaram para ficar. Por isso grandes empresas estão ligadas nessa interação humano/máquina. Entre as várias possibilidades e mercados que podem se beneficiar da nova tendência, está o da música, que já está se adaptando. Estratégias específicas de lançamento e classificação de músicas mais por humor (alegre, tranquilo…) do que por estilo musical, refletem essas mudanças.
Esses são alguns pontos que chamam a atenção. Vamos continuar de orelha em pé para outras tendências e novidades. Sabe de alguma? Conta pra gente! Estamos ouvindo com atenção 😉
Fonte: Popline.