Sintonizando com Marcus D’Angelo – Claustrofobia

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Sintonizando com Marcus D’Angelo – Claustrofobia

Publicado em 28/08/2020

A cena underground da música brasileira é das mais poderosas que se pode imaginar. Se ser claustrofóbico é ter medo de espaços fechados, a banda Claustrofobia vai na contramão da etimologia e desbrava os limites desse país tropical. Em entrevista exclusiva, o vocalista Marcus D’Angelo conta para a gente alguns capítulos da história da banda, uma das mais importantes do Death/Trash Metal nacional, que mesmo mundo à fora, não esquece suas origens.



O cenário musical brasileiro sempre foi desafiador para o rock e suas vertentes. O que os inspirou, nos anos 90, a encarar essa realidade e fazer do Metal o caminho a ser trilhado?

Desde criança sempre tive essa paixão por caveiras, roupas pretas, mesmo antes de descobrir o rock. Quando vi as primeiras bandas, na época o Guns and Roses estava no auge, comecei a buscar. Iron Maiden me fez querer ter banda e quando eu vi o Sepultura realmente minha vida mudou. Eram Brasileiros e isso parecia possível. Basicamente foi isso. Eu tinha 10 anos de idade e já tinha certeza do que eu queria pra minha vida. Meus pais eram bem novos então quando viram que era real nos apoiaram e graças a eles estamos aqui até hoje. No começo eles até tentaram que a gente mudasse um pouco o estilo mas não adiantou não (risos).

A música brasileira possui elementos singulares mas que soam harmônicos com diferentes ritmos. Como esses elementos, na prática ou não, contribuíram para a musicalidade da banda?

Contribuíram 100%. Meu primeiro contato com um instrumento musical, junto com meu irmão Caio (Baterista)  foram os instrumentos do samba, surdo, tamborim,etc. Isso quando tínhamos 6, 8 anos de idade. Então é algo que está muito enraizado no nosso DNA musical. Mesmo depois que descobrimos o rock, a gente sempre curtiu as batucadas por exemplo. Claro que a música do Brasil tem muitas “cores” e “sabores”, e a gente sempre valorizou isso de uma forma natural na nossa banda. Apesar de fazermos um som extremo, cada palhetada, batida tem um ritmo escondido ali que é do nosso Brasil. Hoje é uma coisa híbrida e não apenas um flerte. Como escolhemos isso como prioridade na nossa vida a gente batalha pra chegar junto no padrão de qualidade do Metal mundial mas nunca quisemos ser parecidos com as bandas estrangeiras no DNA, então a gente mantém nossa raiz musical Brasileira como aliada. Uma vez vi um comentário que nunca me esqueço, que era algo como: “o músico brasileiro toca do seu jeito, pelos seus próprios motivos”. Achei sensacional.

Para dar novos passos na carreira é necessário em algum momento buscar referências ou elementos fora do ciclo ao qual estamos habituados. De que modo a experiência da mudança do Brasil para os EUA influenciou no trabalho da Claustro?

Sem dúvidas, concordo. Acho que a seriedade que o artista e tratado aqui foi o que mais influenciou. Talvez aqui as coisas sejam até mais difíceis pois existe muito mais acesso a equipamentos, tem música nas escolas, então tem muita coisa boa, etc. Mas ao mesmo tempo as bandas esperam muito que as coisas caiam do céu. Quando viemos aqui antes de se mudar vimos o valor que nos davam e isso foi decisivo. Tivemos a certeza que se montássemos uma base aqui,  poderíamos exercer a arte com mais tranquilidade e foco porém teríamos que realmente dar um passo além em todos os sentidos, e isso tem acontecido.

No Brasil sempre foi muito complicado viver de arte, e quando você é escolhido pela arte é muito difícil você desistir. Chegamos num ponto da carreira que não tínhamos mais pra onde correr, precisamos estar mais próximos de onde a arte e mais valorizada ou então mudar de prioridade. Eu (guitarra e vocais), Caio D’Angelo (bateria) e Rafael Yamada (baixo) estamos aqui. Essa é a formação atual do Claustrofobia.



Bandas brasileiras geram boas expectativas no público do exterior. Qual show foi o mais marcante? E no Brasil?

Com certeza. Na Europa acredito que o show no Barroselas Metal Fest em Portugal em 2015 foi muito marcante. No E.U.A tocamos duas vezes no lendário Whisky a go go e fizemos uma turnê de 25 dias/25 shows cruzando todo país e isso nos abriu muitas portas. No Brasil sem dúvidas o show com o Slayer no Espaço das Américas e o Rock in Rio 2019.

A arte tem sofrido um grande impacto no atual momento pelo qual passamos. Como se manter na ativa e quais os próximos passos da Claustrofobia?

2019 foi um grande ano pro Claustrofobia, a gente se organizou muito bem, então entramos em 2020 bem adiantados, a pandemia nos pegou de surpresa mas estávamos bem estruturados. Nada é por acaso. Fizemos alguns trabalhos extras para garantir o pão, e conseguimos adiantar nosso novo álbum. Agora estamos nos preparando para gravar esse álbum e começar as negociações para lançamento. Provavelmente vamos soltar mais um single antes do álbum. Assim que tudo isso passar, vamos chegar com muita força e boa música.


Confira alguns destaques do trabalho do Claustrofobia:

CLAUSTROFOBIA – VIRA LATA (OFFICIAL MUSIC VIDEO)

Claustrofobia – Pinu da granada – Araraquara Rock fest 2018 (live)

CLAUSTRO TV – THRASHER – “QUARANTINE SESSIONS 2020” – EP. 1

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