Sintonizando com Jup do Bairro

A maior associação de música e artes do brasil

ASSOCIE-SE

A maior associação de música e artes do brasil


ASSOCIE-SE PESQUISA DE OBRAS CADASTRO DE OBRAS ISRC
VOLTAR

Sintonizando com Jup do Bairro

Foto: Felipa Damasco e Cai Ramalho

Multiartista, Jup do Bairro se faz presente nos palcos e na vida colocando em pauta narrativas que atravessam seu corpo, de travesti, preta, gorda e periférica. Autodidata, seu trabalho vai além de cantora, atuando também como educadora, palestrante, styling, atriz, performer e produtora de eventos. 

Junho é o mês da visibilidade LGBTQIA+ e devido à Pandemia algumas celebrações públicas foram canceladas, o que torna o momento propício para a reflexão:

O que existe em comum entre a luta de minorias representativas e o cenário de isolamento social é o medo de sair de casa e morrer

Jup do Bairro

Confira abaixo a entrevista de Jup do bairro para a Abramus:


Foto: Felipa Damasco e Cai Ramalho

Uma característica forte do seu trabalho são as parcerias com outros artistas, como com a Linn da Quebrada e BadSista. Como que são feitas essas parcerias e como elas acrescentam ao seu trabalho?

Eu acredito muito no coletivo, na importância de unir forças e potencialidade, assim se dão minhas alianças. Tenho o prazer em poder contar com pessoas que tanto admiro e me inspiram para fazer meus trabalhos. Assim se deu “CORPO SEM JUÍZO”, inclusive, meu EP de estreia solo. E não é à toa que essas colaborações se dão antes mesmo desse projeto nascer já que foi através de um financiamento coletivo que consegui realizá-lo. Para mim não existe evolução una, eu precisava contar com minhas redes afetivas para tornar essa rede efetiva.

E quanto ao seu trabalho solo? Artistas que levantam a bandeira LGBTQIA+ conquistaram mais espaço nas mídias e na música nos últimos anos (e ainda há muito o que se conquistar). Você aborda esse tema, entre outros, em sua arte. Como você enxerga o cenário musical atual?

Junto com a minha equipe, tenho experimentado novas formas de entender o mercado. A indústria musical não foi pensada para mim, para corpos marginais. É preciso ir além de disputar espaços de poder, é preciso criar novos. Respeito muito o tempo de minhas obras, cronologicamente ou não. A partir do momento que você materializa seus pensamentos, rapidamente eles criam vida. Vou entendendo cada um em suas gestações, aprendo com cada matéria que crio.

Junho é o mês da visibilidade LGBTQIA+ e em todos os anos é repleto de eventos e programações especiais, mas a pandemia tem afetado a tudo e todos e, por exemplo, não haverá a Parada LGBTQIA+, agora. Como você acredita que artistas podem falar sobre a causa em tempos de pandemia e que reflexão podemos fazer desse momento que o mundo está passando?

O que existe em comum entre a luta de minorias representativas e o cenário de isolamento social é o medo de sair de casa e morrer. O mundo está passando pelo o que esses corpos passam, de outra maneira, mas que acaba sendo um plano genocida. É importante estarmos atentas ao agora. Nos sentimos tristes, a insegurança se faz presente, angústia. E que bom que sentimos isso, o momento pede esses sentimentos, infelizmente. Tenho executado muitas reflexões, entendido melhor o que estou sentindo e tomando cuidando para que minha arte enquanto entretenimento não se torne uma distração. Precisamos nos alimentar de coisas que nos impulsione sem nos alienarmos.

A música é apenas uma das vertentes de seu trabalho e uma das suas contribuições é à frente do programa TransMissão, ao lado de Linn, no Canal Brasil. Conte um pouco sobre este trabalho e o que ele representa para você.

Sou artista e principalmente arteira autodidata, creio que as necessidades fazem as artistas. Sempre fui muito curiosa, querendo aprender coisas, investigar o que não conheço e isso me levou a executar inúmeras formas e performances artísticas até estar enquanto apresentadora hoje. O diálogo e a exploração sempre foram características muito presentes em mim. Todo mundo pode falar sobre qualquer coisa: sexualidade, política, gastronomia, filosofia, psicologia… Até porque reconhecer que não domina algum assunta faz parte de uma troca. Já explorei inúmeros feitos e quero continuar tendo fome, outra fome, para explorar muitas outras.



Como os artistas podem inovar em tempos de quarentena?

O processo criativo de cada artista pode ser muito variado. Eu sinto que já fui preparada a criar sob o caos justamente por devolver em arte as dores que o sistema marca meu corpo. É importante reconhecer que não estamos criativas a todo momento, principalmente com a pressão de se sentir útil nesse momento. Exercícios podem ajudar, ler algum livro que fuja de seus vocabulários, procurar artistas que fogem de seu radar. Tudo que está para fora de nossas bolhas podem ser delicioso e inspirador.


Confira alguns destaques do trabalho da Jup do Bairro:

TRANSGRESSÃO (Clipe Oficial)

Jup do Bairro, Rico Dalasam & Linn da Quebrada – ALL YOU NEED IS LOVE (Clipe Oficial)

Jup do Bairro & Sanvtto – Bixa Preta Parte 2 (Remix)

Linn da Quebrada e Jup nos Bastidores da nova temporada | Transmissão

Siga a Jup:
Facebook
Instagram
YouTube
Twitter


Foto: Felipa Damasco e Cai Ramalho

SIGA-NOS NAS
REDES SOCIAIS