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Sintonizando com Mato Seco

Com mais de 25 milhões de visualizações no Youtube, a banda Mato Seco surpreende a cada novo trabalho. Em 2014, por exemplo, promoveu o Marley Experience, um tributo gravado e lançado mundialmente com acesso irrestrito pelo YouTube, com 16 músicas de diversos períodos da vida de Bob Marley. O repertório foi escolhido pelos fãs em votação promovida no Facebook. Essa interação faz com que o Mato Seco tenha um grande número de fãs. O seu novo single, “Levante Popular”, feito em parceria com o rapper Rapadura, é um protesto explícito à classe política brasileira. Esse ano, em comemoração aos 18 anos de carreira, a banda prepara um novo CD. Em entrevista exclusiva para a Abramus, Rodrigo, vocalista da banda, fala um pouquinho sobre a trajetória, as dificuldades, os momentos especiais vividos e os novos projetos do Mato Seco.

O Mato Seco é formado por amigos. Como foi esse encontro? O que os uniu? E o que os mantêm juntos após tantos anos?

Nós sempre moramos perto um do outro, e desde moleques gostávamos de nos reunir para ouvir reggae. Até que um dia de forma despretensiosa resolvemos fazer um som. Nenhum de nós sabia tocar nenhum instrumento, mas fomos aprender, a brincadeira deu tão certo que estamos aí há quase 20 anos na estrada fazendo o que amamos. 

O que nos uniu foi a força da música, a fé em Deus e a vontade de levar ao mundo a paz e beleza da natureza em forma de canção. 

O que nos mantêm juntos é o amor pelo reggae e o respeito, sempre ouvimos um ao outro e pensamos em tudo de forma coletiva e nunca individual, isso é o que nos faz unidos.

A banda possui um discurso social muito forte. Como vocês acreditam que a música pode ajudar a mudar a realidade social da população? 

A música tem o poder de mexer com o subconsciente da pessoa que a ouve, fazendo com que ela seja influenciada de alguma forma.

 Acreditamos que o discurso das nossas canções pode levar as pessoas, sejam em unidades ou grandes grupos a refletirem sobre a vida que elas têm e as possibilidades que podem ter no futuro, levando essas pessoas para a luta por seus direitos sem esquecer também seus deveres.

Queremos que o ativismo saia da música e que o amor que pregamos seja passado a diante. Quem vive isso na prática faz o bem e ajuda o próximo, e isso já causa um grande impacto de mudança e empatia no meio social.

Vocês são uma das principais bandas de reggae do país. Como vocês veem a cena do reggae hoje? Tem novas bandas surgindo?

Vemos cada vez mais o reggae ganhando força e se multiplicando mundo a fora, mesmo em meio ao grande preconceito que o reggae sofre, novas bandas surgem com gente jovem que vem criando uma linguagem própria e isso têm modificado a cena. 

Isso é sensacional, pois o ritmo surgiu da mescla de vários outros estilos também, então temos que ser abertos quanto a isso. Para nós, ver essa bandeira ser levantada diariamente, é a certeza que o reggae jamais morrerá.



Quais as influências musicais da banda?

As maiores influências para a banda são: Bob Marley, The Wailers, Peter Tosh e tantos outros que foram pioneiros no reggae roots.

Mas individualmente cada um de nós gostamos de um estilo como MPB e Rock que também acabam nos influenciando de um modo geral.

Como é ser “independente” no mercado musical atual?

É bem difícil ser uma banda independente no cenário atual da música, as grandes gravadoras dominam os maiores veículos de mídia e os palcos dos grandes festivais.

Com a massa de artistas e músicos que vem surgindo diariamente, está cada vez mais difícil conseguir um espaço de forma independente. O que tem ajudado bastante são as plataformas digitais de streaming, onde podemos distribuir as músicas para todos ouvirem, atingindo um público maior, não havendo a necessidade de se criar um álbum físico.



Com quase duas décadas de carreira, o Mato Seco fez diversos shows por todo Brasil. É claro que todos foram importantes, mas se pudesse escolher apenas um, qual foi o show que marcou a banda e porquê?

Fizemos diversos shows marcantes para nós, mas um dos mais especiais foi o show que fizemos no SESC Itaquera em 2017, esse show histórico reuniu mais de 20 mil pessoas naquela tarde na zona leste de São Paulo. Foi incrível!

Fale um pouquinho sobre os novos projetos da banda e expectativas para o ano.

Continuaremos divulgando o nosso último lançamento, a canção “Levante Popular”, que foi gravada em parceria com o Rapper nordestino Rapadura. 

Esse ano também, nós completaremos 18 anos de carreira, e em comemoração vamos lançar um álbum novo, que já está em fase de escolha de repertório e deve ir para estúdio entre março e abril.


Confira alguns destaques do trabalho da Mato Seco:

MATO SECO – LEVANTE A CABEÇA (Jah não vai te deixar)

MATO SECO – VOU NA FÉ


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Créditos das imagens:
William Soares
Divulgação Banda Mato Seco

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