Que o streaming é o presente da música, nós estamos cansados de falar e saber. É o principal responsável por uma revolução e renovação no mercado, que enfrentava grandes baixas ano após ano. Vamos então direto a análise, identificando como este sistema vem funcionando no Brasil.
Analisando o tráfego mensal dos principais players presentes no país, não temos nenhuma surpresa em relação ao líder do mercado. Obviamente estamos falando do Spotify. Pioneiro, lidera com folga. Porém, o tamanho da folga pode ser surpreendente.
Das quase 29 milhões de visitas realizadas em fevereiro deste ano, mais de 65% são direcionadas ao Spotify, enquanto o segundo da lista, Deezer, fica com 16%.
Mais impressionante que a distância entre eles, é perceber o quanto os outros pequenos players vêm perdendo consistentemente espaço. Tanto Tune In, quanto Superplayer e Google Music, perderam cerca de um quarto do seus usuários no último ano. Alerta vermelho ligado! Nos caso do Google é compreensível, já que mudou seu foco para o YouTube Music.
Dá para imaginar um cenário em que apenas 3 ou 4 grandes competidores engulam os pequenos e se consolidem nesta disputa. Porém, podemos estar diante de um cenário ainda mais restrito.
O Deezer, não só enxerga o Spotify muito distante, como viu o gap aumentar no último ano. Com o preocupante encolhimento de quase 9%, ainda observa amargamente o crescimento de 19% do rival.
Ao analisarmos mais de perto esta variação, percebemos que ela se intensificou em setembro do ano passado.
Foi justamente no período de lançamento do YouTube Music. O serviço do gigante Google, que chegou prometendo bater de frente com o Spotify, parece ter ajudado o concorrente. Ele impactou muito mais o desempenho do Deezer e hoje disputa mais o segundo lugar, do que de fato ameaça a liderança.
Outro fator que podemos levar em consideração para o bom desempenho do Spotify neste período é o investimento em diferenciação. O serviço investiu, e continua investindo pesado nos podcasts (saiba mais), tanto na produção do conteúdo, quanto na tecnologia de distribuição.
Ele se torna cada vez mais uma referência em plataforma para a mídia, ampliando seu mercado de usuários. Parece que levaram a sério os alertas feitos no relatório do IFPI sobre as tendências do mercado (saiba mais).
Contrariando a tendência, temos a Tidal como surpresa. A plataforma própria do rapper Jay-Z apresentou um crescimento de quase 90% no mesmo período.
Mesmo que em números totais ainda seja pouco representativa, é um crescimento expressivo, que vale ser analisado e acompanhado. Será que estamos diante do início de uma nova revolução, ou apenas um frisson passageiro por uma novidade?
Vamos continuar acompanhando os movimentos do mercado. Todos tem motivos para tentar novas alternativas e estratégias. O importante é manter a música sempre presente na vida das pessoas, e isso os streamings fazem muito bem.
Fonte: E-commercebrasil