O Spotify é sem dúvida o serviço de streaming musical mais conhecido do mercado, sendo um pioneiro que soube montar uma estratégia vencedora tanto na busca por uma base de usuários sólida quanto um catálogo musical de respeito. Não é à toa que mantém a liderança do mercado com certa folga.
A Amazon, gigante da tecnologia de Jeff Bezos (homem mais rico do mundo), planeja tornar a vida da concorrente mais difícil, atacando o líder justamente onde ele mais se destacou, no serviço gratuito. Dona de dois serviços pagos (Music Prime e Music Unlimited) ela enxerga esta estratégia como uma forma de aumentar exponencialmente sua base de usuários que hoje gira em torno de 20 milhões.
Os rumores são que o serviço chegue nos próximos dias aos usuários dos Estados Unidos (e alguns outros mercados estratégicos, como a Índia), com alguns detalhes chamando a atenção. O primeiro é a exclusividade para a linha própria de aparelhos Echo, caixas de som que usam a inteligência artificial da Alexa. A empresa oferece como um benefício diferenciado para os donos dos seus aparelhos, o que não deixa de restringir as possibilidades dos usuários. Provavelmente é provisório, para um primeiro momento de testes.
Outro ponto é a ainda bastante limitadas lista de músicas. O catálogo raso pode ser visto como uma desvantagem, porém a empresa afirma já ter contrato com dois dos maiores selos musicais, mostrando que está se movimentando para resolver isso. Os selos inclusive demonstram maior apoio ao serviço do que dão ao Spotify, devido alguns atritos sobre suas diretrizes de artistas independentes.
Pode soar como um lançamento meio afobado, sem grandes vantagens para o consumidor, demonstrando limitações de hardware e catálogo, porém o mercado enxerga diferente. A simples notícia dos planos da Amazon geraram um impacto imediato na bolsa, que assistiu as ação do Spotify sofrerem uma queda expressiva de 4%, tamanho é o potencial tecnológico e financeiro do novo rival.
Muito mistério e especulações ainda pairam sobre o novo serviço. O fato é que usando o mesmo sistema de propaganda para financiamento, a Amazon trilha um caminho parecido com a fórmula que deu certo no rival. Um começo cauteloso, testando o mercado norte americano, antes de dar passos mais ousados, de fato desafiando o Spotify.
Uma nova opção é sempre positiva para o mercado e usuários como um todo, só que mais tempo será necessário para avaliar a real ameaça que a Amazon representa. Ele vai precisar tirar alguns coelhos da cartola para se diferenciar e atrair o usuário do Spotify, assim como as tendências do último relatório do IFPI alertaram (veja aqui). Dinheiro para investir nós sabemos que ela tem. Agora é acompanhar atentamente as suas próximas cartadas, já que não é a primeira a tentar enfrentar esse páreo duro (veja aqui).