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Há mais de 30 anos ele escreveu seu nome na história da música infantil brasileira. A vida musical de Edgard Poças começou cedo: aos 15 anos apresentou-se no programa da TV Excelsior “Brasil 61”, de Bibi Ferreira, onde, de cara, conheceu João Gilberto e o compositor Wilson Batista.
Alguns anos depois, em 1965, participou com Vinicius de Moraes no espetáculo “Vinicius Poesia e Canção”. Lá, conheceu a nata da Bossa Nova e da MPB: Francis Hime, Edu Lobo, Carlos Lyra, Baden Powell e Elizeth Cardoso foram algumas das pessoas com quem trabalhou.
A chegada ao público infantil
Na década de 1970, Poças dedicou-se à composição de jingles publicitários, com os quais ganhou prêmios como “Clio Awards”, “Festival de Cannes”, “Ibero-Americano”, “Colunistas” e “Festival de Gramado”.
No início da década de 1980, Edgard recebeu uma ligação telefônica que mudaria tudo. Claudio Condé, então diretor da gravadora CBS, tinha o projeto secreto de lançar um grupo infantil e telefonou para Poças propondo que ele escrevesse as canções do disco. Mesmo sem grande experiência no assunto, ele topou.
O nome do grupo era A Turma do Balão Mágico
Formado por Simony, Tob e Mike, o sucesso do trio foi estrondoso. A Turma do Balão Mágico vendeu mais de 1 milhão de cópias do disco de estreia, de 1982. “Baile dos Passarinhos”, “O Trenzinho” e “Tem Gato na Tuba” são alguns dos sucessos do álbum, todas versões de Edgard Poças para músicas estrangeiras.
O segundo disco veio no ano seguinte, superando o sucesso do anterior. Novamente Poças foi o responsável pelas composições. Estavam no repertório “Superfantástico”, “Juntos” e “Ursinho Pimpão”. O Balão voou tão alto que ganhou programa de TV na Rede Globo.
Até 1986, quando o grupo terminou, A Turma do Balão Mágico lançou mais três álbuns, todos de enorme sucesso. E Poças estava em todos.
Ainda para a gravadora CBS, Pozas compôs vários hits da boyband Dominó.
“Companheiro”, “Ainda Sou Você”, “P da Vida” e “Manequim” entarra, nas listas de mais executadas e bateram recordes de vendas, em todo o Brasil. No mesmo segmento juvenil, é dele um dos maiores sucessos grupo Polegar, “Dá pra Mim”, lançada em 1989, ouvida por jovens em todo o país. Um ano antes, lançou o álbum “O Poeta das Crianças”, com seu repertório infantil.
Em sua trajetória de sucesso, já são mais de duzentos títulos gravados, 11 Discos de Ouro e 4 de Platina. Inúmeros intérpretes gravaram canções de Edgard Pozas, como Tim Maia, Djavan, Gal Costa, Roberto Carlos, Simone, Fábio Jr., Erasmo Carlos, Baby Consuelo, Moraes Moreira, Mônica Salmaso, Léo Jaime, Angélica e Eliana, entre outros.
O presente do músico
Os trabalhos mais recentes de Edgard Poças também focam no público infantil. Em 2008, lançou a coleção “O Mágico do Balão”, composta por sete volumes que reúnem letras e almanaques com poesias e brincadeiras. Lançou ainda dois volumes da série “Música Clássica para Crianças”, além dos discos “Brincando com Villa-Lobos e Carlos Gomes”, “Cirandas e Naninhas” e “As Mais Lindas Melodias de Ninar do Mundo Inteiro” (os dois últimos com Maurício Novaes).
Em 2018, aos 72 anos, Poças recebeu um desafio: escrever um sucesso dos anos 1980 que nunca existiu. Os produtores de “Samantha!”, série de comédia da Netflix, o convidaram para criar as músicas do grupo Turminha Plimplom, inspirado no Balão Mágico. São dele “Abraço Infinito” e “Estrela da Manhã”, hits do grupo fictício.
Em breve, Poças lançará o projeto “Os Cantos da Natureza”, com Rodolfo Stroeter e o grupo Pau Brasil. Seu legado musical está muito bem representada: Pozas é pai dos cantores Diogo Poças e Céu.