Formada no Rio de Janeiro em 1998, Furia Gitana é uma das bandas ciganas mais tradicionais do Brasil, responsável por levar a alma e a cultura cigana para os palcos.
Reconhecida internacionalmente, a banda representou a América Latina no Festival Internacional Cigano de Khamoro, na República Tcheca. Além disso, marcou presença em shows, festivais, novelas, filmes e propagandas, em produções como Explode Coração e O Clone.
Com fortes influências do Flamenco, o grupo se destaca pela sua diversidade musical, conquistando o público com melodias cheias de energia e autenticidade.
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Para começar, conta pra gente um pouco da história de vocês, como a banda começou?
R: O início da banda foi marcante, pois éramos um grupo de amigos, todos músicos com influências do rock, do samba e da música latina. Fomos à UNE (União Nacional dos Estudantes) para aprender a dançar e, lá, conhecemos o professor de flamenco Túlio Cortez e sua esposa, Natasha. Eles lideravam um grupo chamado Fúria Ciganae Los Latachos. Sempre que nos reuníamos para uma Patchanga – celebração entre ciganos e amigos – era uma experiência incrível. Foi então que decidimos formar uma banda.
Inicialmente, nos chamávamos Cuatro Puntares, pois começamos com quatro integrantes. No entanto, por sugestão do professor Túlio Cortez, adotamos o nome Furia Gitana. Assim, em 22 de novembro de 1998, a banda nasceu oficialmente. Eu, Melchizedec Domingues, entrei na banda como percussionista, e, em 2001, passei a ser o vocalista e violonista. Desde 2014, assumo a liderança do grupo.
Nossas influências vêm da riqueza da diversidade cultural, abrangendo o flamenco, a música árabe e a arte cigana, cada uma com suas particularidades regionais. Hoje, temos como marca registrada as qualidades que os diversos estilos oferecem.
Quais os principais desafios de atuar com a música cigana?
A falta de conhecimento e de incentivo cultural no Brasil dificulta a atuação da nossa arte cigana, assim como a de tantos outros povos originários. Além disso, faltam oportunidades e patrocínio para que essa cultura se fortaleça. No entanto, nosso público se identifica com nossas músicas e, a cada dia, conquistamos mais fãs.
Vocês participaram do Festival Internacional Cigano Khamoro, realizado em Praga, na República Tcheca. Como foi essa experiência?
Tivemos o privilégio de participar do Festival em 2005, representando o Brasil. Foi uma experiência extremamente importante, que agregou muito à banda, tanto pelo encontro de culturas quanto pela oportunidade de mostrar a cultura dos ciganos do Brasil.
O que o público pode esperar para este ano, vem algum projeto novo por aí?
O Furia Gitana tem uma identidade única. Costumo dizer que a banda tem “alma própria”. Somos constantemente surpreendidos por novos trabalhos que nos renovam e nos incentivam a participar de novos projetos. Como costumamos dizer, é o nosso “Ayre Gitano”.
Ao longo deste ano, teremos o lançamento de novas músicas em parceria com o renomado produtor Evaldo Santos e a participação de cantores consagrados. Será um ano cheio de expectativas positivas, e estamos cheios de energia para realizar um lindo ano.
Como tem sido a experiência da banda como titular Abramus?
Acreditamos na proteção que conquistamos com a associação à Abramus para garantir nossos direitos autorais, digitais e de propriedade intelectual. Esperamos concretizar um trabalho inovador e duradouro.