Mesmo após 20 anos de sua morte, obras e mensagens de Renato Russo continuam populares e atuais
Em 1996, o Brasil perdeu um grande artista. Renato Russo foi a voz de uma geração e deixou um legado gigantesco no cenário musical do País. Mesmo após 20 anos de sua morte, o carioca, que morou em Nova York, EUA, e passou a juventude em Brasília (DF), se mantém vivo em canções, livros, peças de teatro e na memória de milhares de fãs. “O Renato é mais conhecido hoje do que há 20 anos. Sua obra se mantém há mais de três décadas no topo das paradas de sucesso e, em constante movimento, continua conquistando seguidores como se ele estivesse presente”, conta Ronaldo Pereira, Diretor Artístico da Legião Urbana Produções desde 2013.
Além de influenciarem uma geração inteira, as canções criadas pelo vocalista do Legião Urbana tratam de temas que ainda são atuais. Para Pereira, o sucesso também está ligado à extraordinária capacidade que Renato tinha para traduzir sentimentos em palavras. Nas mãos dele, música era um instrumento de poesia e reflexão.
Atualmente, o cantor está na lista das 100 maiores arrecadações de Direito Autoral. “É realmente muito importante termos uma organização como a Abramus ao nosso lado. As obras compostas por Renato Russo precisam de proteção. Já são muitos anos de parceria”, afirma Pereira, que também é músico, empresário artístico, produtor e pesquisador musical.
Lançamentos recentes
“Estamos bem animados com todos os projetos lançados para marcar os 20 anos de saudades”, conta Pereira. Entre eles, a coletânea “Viva Renato Russo 20 Anos”, divulgada em outubro pela Legião Urbana Produções e pelo selo Renato Russo Discos. A curadoria é de Giuliano Manfredini (filho do artista). O CD conta com 12 músicas, que são interpretadas por artistas nacionais e internacionais da cena pop rock.
O cantor também faz sucesso nas livrarias. Publicado recentemente pela Companhia das Letras, o livro “The 42nd St. Band” foi escrito por Renato aos 15 anos – mesma época em que sofreu por conta da doença óssea epifisiólise. O romance narra a história de uma banda liderada por Eric Russel, que posteriormente inspirou o nome artístico Renato “Russo”. (Nome do personagem e apelido do cantor, aliás, foram homenagens a figuras como o iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, o filósofo inglês Bertrand Russel e o pintor francês Henri Rousseau, admirados por Renato Russo). A biografia “Renato Russo – O filho da revolução”, lançada em 2009, foi ampliada em 2016. O autor e jornalista Carlos Marcelo produziu um novo capítulo focado no final da vida de Renato, com direito a entrevistas exclusivas com familiares, músicos e colegas do artista.
Atualmente, o ícone brasileiro também é homenageado no teatro. “Renato Russo – A Peça” ficou em cartaz entre 2006 e 2010. A história estrelada pelo ator Bruce Gomlevsky conta um pouquinho sobre a trajetória do cantor e compositor. Em outubro passado, a atração voltou aos palcos brasileiros com o nome “Renato Russo – O Musical”.
Projetos para 2017
O Legião Urbana foi responsável pela criação de um dos casais mais queridos do Brasil. Até quem não é muito fã da banda sabe que Eduardo e Mônica se encontravam no Parque da Cidade; ela de moto, ele, de camelo. O hit até inspirou o longametragem “Eduardo e Mônica”, que deve chegar aos cinemas em 2017. O filme será dirigido por René Sampaio, o mesmo diretor do premiado “Faroeste Caboclo”.
O Museu de Imagem e Som de São Paulo homenageará Russo em 2017. “Eles estão tratando e catalogando todo o material que ficava no apartamento que o Renato morava em Ipanema, no Rio de Janeiro. São diários, livros, fotos, desenhos, roupas, discos, instrumentos musicais e tudo que fazia parte do universo do artista”, destaca Pereira.
Fonte: Revista Abramus, Edição 33
(Foto: DR – Direitos Reservados)
Por Agência Entre Aspas