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Catálogos Musicais

Publicado em 17/02/2021

Influenciada pelas mudanças na dinâmica de consumo musical e grandes alterações mercadológicas trazidas pela pandemia, a indústria da música busca se resguardar e minimizar os riscos de investimentos. Abrem-se então as portas para os estáveis e rentáveis catálogos musicais.

Lembra daquele disco antigo das décadas de 50 a 90, que você ainda deve ter guardado em algum lugar? Ele reúne grandes sucessos e hits atemporais, mas provavelmente você nunca mais o botou para rodar. Não que isso esteja errado, afinal, essa dinâmica do novo disco substituir o antigo é comum no mercado, ou pelo menos era na época das mídias físicas. Porém, o mundo hoje é digital e o jogo mudou. 

Um grande álbum (e suas faixas), independente da época de lançamento, não fica mais guardado juntando poeira. Ele agora está sempre ali, ao alcance de um clique, gerando plays e mais plays nas plataformas de streaming. Como uma fênix renascida das cinzas, ele é facilmente garimpado, encontrado, aclamado e compartilhado à exaustão, por uma nova legião de fãs. Essa drástica mudança na dinâmica do consumo musical vem chamando a atenção dos players do mercado fonográfico, que estão mudando seu foco e voltando seus olhos para a forte tendência de 2021: os catálogos musicais.   

Os novos movimentos envolvem investimentos bilionários, como da Hipgnosis Songs Fund Limited, que planeja emitir até 1,5 bilhão de novas ações na bolsa, em sincronia com mais aquisições de catálogo. O interesse e aquecimento do mercado em torno deste tipo de manobra, avaliando-se os potenciais rendimentos, já arrecadou para a empresa mais de £1 bilhão (mais de 7 bilhões de reais) para aquisições de catálogo. Isto já garantiu para a Hipgnosis, apesar da forte concorrência de outros players, impressionantes 129 catálogos com 60.836 músicas (3.164 antigos hits número 1), avaliados em 1,59 bilhões de dólares. Tendo o timing como sua grande virtude, a empresa, no papel de investidor editorial, surfa na onda dos serviços de streaming, mercado com potencial de chegar a 45 bilhões de dólares em assinaturas premium até 2030.

A grande atração do investimento em direitos de reprodução dos catálogos musicais está no risco avaliado como baixo, por não estar diretamente relacionado à mudanças mercadológicas mais amplas e nem demandar grandes planos de marketing e apostas, já que a “máquina” dos streamings já está revolvendo os baús de tesouros musicais escondidos. Além disso, também é  influenciado pelo cenário mundial de juros baixos (consequência da pandemia), que instiga os investidores a buscar diversificação e alternativas, encontrando um “porto seguro” nos royalties musicais. 

Não foram apenas nos juros que a pandemia teve grande influência. Com o fechamento de restaurantes, bares e cancelamento de shows, a classe artística se viu ameaçada com a perda de várias fontes de receita importantes. Isso tornou os astros e gravadoras (também donas de royalties) mais suscetíveis à venda de seus catálogos, gerando este aquecimento nas transações.

A tendência se estenderá por todo o ano e provavelmente além. Não é difícil acreditar que chegará em breve no país, causando grande comoção. Ídolos do passado (e também do presente) certamente serão mais assediados para a venda de seus direitos e, dependendo de como avançarem as negociações, poderão sair com contratos milionários. Visando sempre o bem estar da classe artística, nos cabe o papel de alertar para que tudo seja feito com calma, considerando sempre o médio e longo prazo da vida e carreira de cada um.     


Fonte: Popline

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