Mais que o Dia Internacional da Mulher, este mês inteiro é dedicado a reconhecer a luta das mulheres por igualdade, homenageando aquelas que, cheias de força, diariamente enfrentam suas batalhas.
É claro que na música, esta expressão tão pura e rica das nossas vidas e dia-a-dia, grandes mulheres enfrentaram e enfrentam as dificuldades, conquistando seu espaço e dando voz às dores e injustiças que infelizmente ainda perduram na sociedade moderna.
São essas personagens, munidas de ritmo, melodia e língua afiada, que reunimos na lista a seguir. É para ouvir com atenção, parar e pensar.
Rita Lee é sem dúvidas uma das grandes mulheres da nossa música. Em sua brilhante carreira pautada pela irreverência e crítica social, uma música é marcante por homenagear e contar a história de Dora Vivacqua, conhecida como Luz Del Fuego.
A dançarina, atriz e escritora foi uma importante ativista pelo feminismo no Brasil, atuando e brigando pelos direitos e independência da mulher em diversas frentes. Ela foi brutalmente assassinada por pescadores aos 50 anos, em 1967.
Sua morte trágica e luta incessante inspiraram a poderosa homenagem de Rita Lee.
“Eu hoje represento a loucura
Mais o que você quiser
Tudo que você vê sair da boca
De uma grande mulher
Porém louca!
Eu hoje represento o segredo
Enrolado no papel
Como luz del fuego
Não tinha medo
Ela também foi pro céu, cedo!”
Outra canção do seu repertório que tem lugar cativo nesta lista é “Pagu”. A música mais recente, que estourou em um dueto com Zélia Duncan, é uma dose de empoderamento na veia, além de também ser uma homenagem à grande escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante política brasileira.
“Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem…”
A música dos anos 70 deste icônico quarteto britânico de punk rock, faz crítica ao padrão de comportamento típico feminino esperado pela sociedade, mostrando que isso não passa de uma fantasia opressora. É punk na essência!
“Don’t create
Don’t rebel
Have intuition
Can’t decide
Typical girls get upset to quickly
Typical girls can’t control themselves
Typical girls are so confusing
Typical girls – you can always tell
Typical girls don’t think too clearly
Typical girls are unpredictable (predictable)…”
Esta banda plural, que já marcou presença no Sintonizando (veja aqui), marcou também o movimento feminista logo em seu álbum de estreia.
Entre o repertório dançante do disco, “Triste, Louca ou Má” aparece como um verdadeiro hino, abordando os estereótipos associados às mulheres, além de pregar e expor a sua libertação.
“Triste louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusar
Seguir receita tal
A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina
Só mesmo rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar”
Essa dispensa apresentações, pois talvez seja a grande precursora do poder feminino. Em uma época onde a opressão era intensa, a grande rainha do soul, Aretha Franklin, deu uma mensagem clara e direta: Sou mulher e quero respeito!
“What you want
Baby, I got it
What you need
Do you know I got it?
All I’m askin’
Is for a little respect when you get home (just a little bit)
Hey baby (just a little bit) when you get home
(Just a little bit) mister (just a little bit)
I ain’t gonna do you wrong while you’re gone
Ain’t gonna do you wrong ‘cause I don’t wanna
All I’m askin’
Is for a little respect when you come home (just a little bit)
Baby (just a little bit) when you get home (just a little bit)
Yeah (just a little bit)…”
O jovem cantora e compositora não mediu palavras ao expor a violência sofrida pelas mulheres. Além de jogar luz sobre a realidade criminosa, ainda convoca as vítimas das agressões a denunciarem seus agressores. Essa é para ouvir e compartilhar!
“Alô, aqui quem fala é Geni
Eu tô ligando de um orelhão
Eu tenho uma denúncia
E, eu sou baiana
Mas acontece que ele não é
Ontem ele me beijou
E me deixou marcas
Mas não eram de batom
Não eram de batom
Ô moça, ontem eu tava caminhando
Perto daquela praça e um homem me parou
E me deixou marcas
Mas não eram de batom
Não eram de batom
E eu não sou a culpada
Pelo estupro, a pedrada
Pelo meu sangue que vaza
Pela minha pele que racha
Por estar sexualizada
Por ser comercializada
Por ter no corpo, as marcas
Que não eram de batom
Não eram de batom”
A rainha do pop também não podia ficar de fora. Símbolo da libertação feminina dos anos 80, Madonna nunca se reprimiu ao expressar sua arte. Neste grande sucesso, ela convoca todas as mulheres a fazerem o mesmo.
“Come on girls
You believe in love
‘Cause I’ve got something to sing about it
And it goes something like this
Don’t go for second best, baby
Put your love to the test
You know, you know you’ve got to
Make him express how he feels and maybe
Then you’ll know your love is real
You don’t need diamond rings or eighteen karat gold
Fancy cars that go very fast, you know they never last no, no
What you need is a big strong hand
To lift you to your higher ground
Make you feel like a queen on a throne
Make him love you ‘til you can’t come down…”
As coleguinhas se juntaram com Anitta em um hit poderoso. Em “Loka”, Simone & Simaria deixam claro que ficou no passado esta história de sofrer por homem safado. É levantar a cabeça e dar a volta por cima!
“Cadê você que ninguém viu
Desapareceu, do nada sumiu
Tá por aí tentando esquecer um cara safado que te fez sofrer
Cadê você onde se escondeu
Porque sofre se ele não te mereceu
Insiste em ficar em cima desse muro
Espera mudança em que não tem futuro
Deixa esse cara de lado
Você apenas escolheu o cara errado
Sofre no presente por causa do seu passado
Do que adianta chorar pelo leite derramado
Poe aquela roupa e o batom
Entra no carro, amiga, aumenta o som…”
O hit dançante de Chaka Khan expressa energicamente a força polivalente dentro de cada mulher, instigando todas a se libertarem suas múltiplas facetas e tomarem o controle dos relacionamentos, sem medo de se expressar.
“I’m every woman,
It’s all in me
Anything you want done, baby,
I’ll do it naturally
I’m every woman,
It’s all in me
I can read your thoughts right now,
Every one from A to Z
Whoa, whoa, whoa
Whoa, whoa, whoa
I can cast a spell,
Of secrets you can’t tell,
Mix a special brew,
Put fire inside of you
Anytime you feel danger or fear,
Then instantly
I will appear ‘cause..”
Flora Matos não mediu palavras para expor a realidade da mulher negra das periferias do país. Independentes, vão a luta sem fraquejar e depender de homem nenhum.
“Sou uma mulher de garra, preta de quebrada
E o conforto que eu tenho é o meu dinheiro que paga
E seja na favela ou nos prédio eu tô em casa
Faço rap bem feito que é pra não me faltar nada
Eu vou ficar milionária, milionária
Sem nunca depender de um homem pra ter minhas parada
Faço minha caminhada
Sou um exemplo vivo de mulher que não se cala…”
Com irreverência e ironia, Gwen Stefani mostra que não é só uma garota frágil. Ela tem seus direitos e não vai sucumbir às pressões sociais.
“Take this pink ribbon off my eyes
I’m exposed
And it’s no big surprise
Don’t you think I know
Exactly where I stand
This world is forcing me
To hold your hand
‘Cause I’m just a girl, little ol’ me
Well don’t let me out of your sight
Oh, I’m just a girl, all pretty and petite
So don’t let me have any rights
Oh, I’ve had it up to here!
The moment that I step outside
So many reasons
For me to run and hide
I can’t do the little things
I hold so dear
‘Cause it’s all those little things
That I fear…”
Que tal irmos com o hit do momento?! Sem rodeios, Mila reforça a ideia: eu me basto e é você que vai sofrer pelo nosso término! O que realmente importa está ok!
“É hoje que ele paga todo o mal que ele te fez
É hoje que ele paga todo o mal que ele te fez
Cabelo ok, marquinha ok, sobrancelha ok, a unha tá ok
Brota no bailão, pro desespero do seu ex”
A mensagem catártica é clara: Vamos ser mulheres livres!
Sem amarras, ou medos de julgamento, Shania Twain mostra que o importante é ser você mesma e curtir o momento.
“Let’s go girls, come on
I’m going out tonight, I’m feelin’ alright
Gonna let it all hang out
Want to make some noise, really raise my voice
Yeah, I want to scream and shout
No inhibitions, make no conditions
Get a little outta line
I ain’t gonna act politically correct
I only want to have a good time
The best thing about being a woman
Is the prerogative to have a little fun and
Oh, oh, oh, go totally crazy, forget I’m a lady
Men’s shirts, short skirts
Oh, oh, oh, really go wild yeah, doin’ it in style
Oh, oh, oh, get in the action, feel the attraction
Color my hair, do what I dare
Oh, oh, oh, I want to be free yeah, to feel the way I feel
Man! I feel like a woman!…”
Claro que a rainha da sofrência também está aqui. Mesmo retratando frequentemente as mazelas dos relacionamentos, aqui ela deixa bem claro uma coisa: Quem manda em mim sou eu!
“Não venha não
Eu vivo do jeito que eu quero, não pedi opinião
Você chegou agora e tá querendo mandar em mim
Da minha vida cuido eu
Deitou na minha cama
E quer dormir com o travesseiro
Folgado…
Não venha não
Ta querendo pegar no pé
Você nunca me deu a mão
Eu não sou obrigada a viver dando satisfação
Da minha vida cuido eu
Tô vendo se continuar assim
Cê vai morrer solteiro…”
Fechando a nossa lista, a música de Cher é uma verdadeira cartilha da força da mulher, que mesmo traída, não se abala e diz umas boas verdades.
“I don’t need your sympathy
There’s nothing you can say or do for me
And I don’t want a miracle
You’ll never change for no one
And I hear your reasons why
Where did you sleep last night?
And was she worth it
Was she worth it?
‘Cause I’m strong enough
To live without you
Strong enough
And I quit crying
Long enough
Now I’m strong enough
To know
You gotta go
There’s no more to say
So save your breath and
Walk away
No matter what I hear you say
I’m strong enough
To know
You gotta go
So you feel misunderstood
Baby, have I got news for you
On being used, I could write the book
But you don’t wanna hear about it…”