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Sintonizando com Rachell Luz

Foto: Christian Henrique

Rachell Luz já cantou em banda de forró, já morou em Boston e Nova Iorque, já participou do WebFestiWalda (e ganhou como melhor música). Além de cantora, se descobriu compositora e produtora.  Já gravou com grandes nomes como Pretinho da Serrinha, Seu Jorge, Zeca Baleiro, entre outros. Produziu um clipe com uma equipe só de mulheres. Já enfrentou um câncer. Ufa! E agora lança um novo trabalho e fala com exclusividade para a Abramus sobre a sua história e projetos.


Foto: Alexandre Calladinni

De São Paulo para Nova Iorque. Conta um pouquinho para gente da sua trajetória musical.

De São Paulo para Boston, de Boston para Nova Iorque, de Nova Iorque de volta para São Paulo. Quando decidi ser cantora e compositora tinha também o sonho de estudar e morar fora do Brasil. 

Comecei numa banda de forró em São Paulo e deixei a banda para morar nos EUA.  Com certeza estudar me deu segurança e muita bagagem cultural. Quando terminei o curso de composição e canto em Boston lancei meu primeiro EP com as minhas primeiras músicas. Eu já era cantora, mas comecei a existir como compositora. Era a minha “Busca” como diz o título do EP. 

De lá me mudei para Nova Iorque e gravei meu primeiro álbum “KeL”, onde quis misturar bastante os ritmos brasileiros com pop norte americano. Eu vivi muito essa dualidade de culturas e idiomas, então quis traduzir isso em música. Foi lá em Nova Iorque que conheci o Seu Jorge e o Pretinho da Serrinha. Mostrei a música pro Jorge e ele topou gravar comigo. Foi a realização de um grande sonho tê-lo comigo no disco, ainda mais cantando algo que eu escrevi. Antes de lançar o disco voltei para o Brasil em 2016, na época meu pai estava internado e queria acompanhar o tratamento de câncer dele e só depois que ele saiu do hospital foi lancei o álbum aqui no Brasil. No mesmo ano ganhei o WebFestiWalda como melhor música (com a música Passarinho do meu disco KeL) e melhor cantora. 

Tudo caminhava bem, até que em 2017 eu descobri um câncer e precisei me afastar por conta do tratamento. Quando voltei a cantar quis gravar algo que contasse a minha história de uma perspectiva diferente, daí veio o disco de releituras “Ao Nordeste do Meu Coração” produzido por Marco Camargo (meu vizinho) e Tuco Marcondes. Daí surgiu a parceria musical com Zeca Baleiro, na música Flor da Pele, que entrou pra novela e rádios. O Zeca abriu caminhos, foi uma bênção dividir estúdio e palcos com ele e com a superbanda dele, que foram também os músicos desse meu disco. Pra fechar o ano e celebrar o retorno com chave de ouro, ainda lancei um single autoral junto com Pretinho da Serrinha. “Luz” veio com um clipe lindo e produzido por equipe só de mulheres.

Você já dividiu o palco com nomes como Marcos Valle, Guinga, Seu Jorge e mais recentemente com Pretinho da Serrinha. E já disse em algumas entrevistas que as suas principais influências são de Marisa Monte, Gilberto Gil, Tim Maia e Elba Ramanho. Com quem você gostaria de fazer um dueto? Porque?

Adoraria fazer um dueto com qualquer um dos meus ídolos. Às vezes fico imaginando um deles gravando uma música minha…  Seria emocionante fazer algo com Silva, adoro o trabalho dele, me identifico com essa leveza dele.

A música “Flor da Pele”, interpretada por você com a participação de Zeca Baleiro (compositor da obra), fez parte da trilha da novela “O Sétimo Guardião” da rede Globo como tema dos protagonistas. Você acha que isso foi um “divisor de águas” no que diz ao reconhecimento do grande público?

Com certeza influenciou muito. A televisão e as rádios são muito importantes para a divulgação do artista, ainda mais se a música for tema de personagens importantes. As pessoas passam a conhecer a sua voz, o trabalho aí é vincular a sua imagem à sua voz e continuar construindo essa relação. Tem sido muito gostoso construir isso.



“Luz” foi lançado em dezembro e fala de igualdade no relacionamento. Numa década onde o empoderamento feminino é o assunto em voga, você faz um contraponto importante (e leve) que é o direito de escolha da mulher. De poder ser feliz sozinha, mas de também gostar de companhia. Fale um pouco sobre a concepção dessa música e como foi a produção do videoclipe oficial feito por uma equipe toda feminina.

A música é minha com Pretinho da Serrinha. Achei legal ter um homem disposto a falar e expor isso junto.  Ele produziu a faixa junto com Rodrigo Tavares e eu fiquei em êxtase. A música surgiu dessa vontade de falar sobre a igualdade no relacionamento, mas de maneira leve e paciente. De como o romance e o amor vão muito além de cortejos e sobre como não existem papéis completamente definidos dentro da relação. A maioria dos homens também estão aprendendo esse “novo lugar” no relacionamento.  Acho que com amor e paciência, tudo flui, mas é importante que as mulheres se posicionem e principalmente que escolham bem quem querem ao seu lado. E saber mesmo que ninguém é tão forte que não possa amar, nem tão frágil que precise completamente do outro. Acho importante saber ser feliz sozinha.

Quando começamos a pensar no videoclipe eu manifestei o sonho de fazer com uma equipe toda feminina. A música também pedia isso. Foi uma experiência muito leve e divertida. Elas arrasaram em tudo e foi emocionante sentir e participar dessa união. Depois da gravação sentei em uma igreja perto de casa para agradecer e chorei de tanta alegria. Me senti muito abençoada e privilegiada por poder viver algo assim. Desejo que essas mulheres voem cada vez mais alto, são muito competentes e goodvibe.



O seu novo trabalho “Ao Nordeste do meu coração” é uma declaração pública aos compositores nordestinos. Como foi escolhido o repertorio? Como foi para você fazer releituras de algumas músicas tão conhecidas do público?

Escolhi canções que me acompanharam desde pequena. Escutava muitas delas com meus pais quando criança. Tem um valor sentimental muito grande. A minha idéia sempre foi respeitar as obras, mas trazê-las para o meu universo e deixar com a minha cara. O público recebeu muito bem, acho que ficou claro que a minha intenção nunca foi competir ou substituir os clássicos, apenas dar continuidade às músicas que eu tanto amo.


Foto: Bruno Henrique

Quais são as suas expectativas e projetos para o ano de 2020?

Eu sempre tento não criar expectativa e deixar rolar naturalmente, mas é claro que planejar é fundamental para fazer acontecer.  As metas são de lançar músicas novas, tenho em mente um projeto novo de show e continuar compondo, é claro. 


Confira alguns outros destaques do trabalho da Rachell Luz:

Rachell Luz – Aparências (Clipe Oficial)

Rachell Luz – Gostoso Demais (Lyric Vídeo)


Foto: Alexandre Calladinni

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