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50 anos de Woodstock.

Mesmo o mundo sendo muito diferente há 50 anos, os jovens sempre buscaram romper com os paradigmas da sociedade. Em uma tentativa de extravasar todo esse furor, se reuniram para se expressar através da música, em um festival que entrou para a história.

O ano era 1969. O clima nos Estados Unidos era de tensão. A Guerra do Vietnã custava muito ao governo e aos cidadãos. Eles viam vidas de jovens serem desperdiçadas sem um motivo claro e a economia enfrentar tempos difíceis com os altos custos da batalha. Os atritos raciais se intensificaram após o assassinato de Martin Luther King e o país parecia um barril de pólvora prestes a explodir.

Uma geração de jovens inconformados não queria mais saber da “insanidade” que era a sociedade em que viviam e precisavam de uma forma de escapar de tudo isso. Esse cenário foi o terreno fértil para transformar um relativamente despretensioso festival de música em um acontecimento cultural histórico, que ganhou uma aura mística e ditou grandes mudanças na comportamento nas décadas seguintes.

Quem iria imaginar, que a pequena cidade de Woodstock, a 170 km de Nova York, seria o palco deste acontecimento? E não foi mesmo! Curiosamente, o festival não foi realizado no local originalmente determinado. Problemas de autorização, há poucos dias do evento, obrigou os organizadores a transportar toda a estrutura para uma fazenda emprestada no município de Bethel, a 100 km dali. Como não havia tempo de trocar os cartazes, Woodstock entrou para a história e mantém até hoje esta fama, recebendo turistas frequentemente. 

Independente da localidade, o festival aconteceu e reuniu diversos elementos que o tornaram provavelmente o maior festival de rock da história. Primeiro a presença das grandes estrelas da música na época. Os organizadores conseguiram reunir 32 atrações de peso, como: The Grateful Dead, Nash & Young, The Who, Santana e, claro, Janis Joplin e Jimi Hendrix. 

Os dois fizeram apresentações fantásticas, que renderam o título de rainha do rock para Janis e marcou o país e o mundo com um hino nacional interpretado de forma visceral pela guitarra de Hendrix. A morte precoce dos dois, aos 27 anos, no ano seguinte, ajudou a tornar ainda mais icônica a sua participação, já que acabou sendo o ponto alto da curta carreira de ambos.

Outro elemento marcante foi a atmosfera pacífica. Já era a proposta, como pode ser visto no cartaz de divulgação feito pelo designer Arnold Skolnick, porém, entregar isso é um feito impressionante.

Três dias de paz e música era tudo o que a juventude buscava. Talvez por isso, os 200 mil espectadores esperados se tornaram 500 mil. Superou qualquer estimativa, mas surpreendentemente manteve a o clima “paz e amor”, que se tornou um marco na mitologia que envolve o evento. Uma multidão em sintonia, focada em apreciar a música e curtir o momento.

O terceiro ponto que pode ser destacado como fundamental para a perpetuação da “lenda” de Woodstock é o registro em forma de documentário dirigido por Michael Wadleigh e editado por uma equipe que tinha Martin Scorsese (que veio a se tornar um grande nome do cinema mundial). O filme foi uma das maiores bilheterias do país no ano seguinte e ainda ganhou o Oscar de melhor documentário. Sem dúvida, todos os que não puderam participar ao vivo, tiveram um gostinho e foram tocados pela forte emoção transmitida naqueles 3 dias. Woodstock ganhou o mundo e virou um símbolo da contracultura imediatamente.

Por último está o fato de Woodstock ter sido realmente único. Nem outros festivais que vieram nos meses seguintes, nem as comemorações de 25, 30 e 50 anos (que nem aconteceu) conseguiram reproduzir o mesmo ambiente. Todos foram marcados por episódios chocantes de violência e morte. 

O grande legado de Woodstock é em forma de inspiração. Foi o gatilho para o movimento hippie, que impactou culturalmente toda uma geração, desde a forma de se ver o mundo e as relações humanas, até a moda, a política e claro, a música (elemento central do evento). Até hoje é lembrado em tempos difíceis, quando discursos de ódio e intolerância ganham força. Utópica ou não, sua mensagem continua mais viva do que nunca e vai continuar norteando os ideais de harmonia, colaboração e paz. Viva Woodstock!

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