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Desde o ano passado, a banda brasileira Baiana System passou a ganhar mais destaque no cenário musical do país com o lançamento do álbum Duas cidades, em que retrata dilemas sociais do Brasil de forma reflexiva. Na última semana, se tornou quase uma unanimidade após agitar o Rock in Rio no Palco Sunset. Sobraram elogios dos críticos de música e o envolvimento do público era visível na Cidade do Rock.
Criado há quase 10 anos e formado por Russo Passapusso, Roberto Barreto, SekoBass e Filipe Cartaxo, o grupo tem como principal característica unir a música eletrônica do movimento sound system jamaicano com influências do afoxé, kuduro, samba, sambareggae, cumbia e a sonoridade da guitarra baiana criada por Dodô & Osmar. Uma mistura do que o próprio Baiana System classifica como uma união entre a sonoridade do Brasil, da África e do Caribe.
Além dos riffs envolventes e da sonoridade que mescla diversas influências, a música do Baiana System se destaca por ter uma crítica social apresentada de forma bastante popular. O trabalho mais recente do grupo é o single Capim Guiné, lançado para o Rock in Rio, feito em parceria com a cantora trans de Angola, Titica. “É assim em Angola, é assim no Brasil/ Podemos ser dois, o cobertor ser um/ Se somos unidos ninguém passa frio/ Povo sem cultura é um povo vazio/ A pior escravidão é a mental”, diz a letra da faixa escrita pelo coletivo em conjunto com a angolana.
Se o Baiana System apresentado ao público e à música brasileira mostra que é possível unir a batida eletrônica com o regionalismo e a crítica social, lá em Bogotá, na Colômbia, há uma banda que faz um trabalho bastante próximo. É o grupo Bomba Estéreo, que também esteve presente no Rock in Rio para apresentação no Palco Sunset ao lado da rapper curitibana Karol Konka.
Formado em 2005 por Simón Mejía, o projeto faz uma mistura de música eletrônica, cumbia, champeta e psicodelismo. Nesses mais de 10 anos de estrada, a Bomba Estéreo lançou cinco álbuns. O mais recente é AYO, de 2017, com a canção Internacionales, que debate como a música pode unir todos os povos independentemente de nacionalidade. “Sou um colombiano/ Eu sou americano/ Eu sou um cidadão do mundo/ Eu sou mexicano/ Eu sou dominicano/ Da mesma raça, da mesma cor/ Dança, dança!/ Dançar não precisa de língua/ Dance, dança/ Vamos dançar na mesma festa”, canta o grupo em espanhol.
Fonte: Correio Braziliense